domingo, 10 de abril de 2016

"Razão de ser"- Paulo Leminski

"Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso

preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?"









SOBRE O POETA

Paulo Leminski nasceu em Curitiba, Paraná, no dia 24 de agosto de 1944. Entre seus livros de poesias, todos editados nos anos 80, destacam-se: Capricho e Relaxos, La Vie en Close, Não Fosse Isso e Era Menos / Não Fosse Tanto e Era Quase. Paulo Leminski foi também professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares, diretor de criação e redator de publicidade. Escreveu letras de músicas com uma grande influência de MPB chegando a fazer pareceria com Caetano Veloso. Faleceu no dia 7 de junho de 1989, em Curitiba, Paraná. 


ANÁLISE

Ao meu olhar, o eu lírico estava tentando transmitir a ideia de que não é necessário haver uma razão para fazer aquilo que queremos fazer. No poema falou sobre a profissão de escritor, dizendo que todos lhe perguntam o por quê faz isso. Muitas pessoas buscam, sempre, algum motivo, mas às vezes, não há nenhum. Não há motivo para gostarmos do que gostamos, para assistirmos o que assistimos, para estudarmos o que estudamos ou para vivermos como vivemos. O eu lírico cita, também, que "ninguém tem nada com isso", expressando um assunto muito falado em nossa sociedade. Se você quer fazer isso, simplesmente faça, e se alguém lhe perguntar o porquê, nem sempre temos a resposta de tudo. E no final do poema, deixa uma pergunta aos seus leitores: "Tem que ter por quê?", deixando ainda mais clara, a ideia que tentou transmitir durante todo o poema.


POR QUE DEVERIAM LER?

Recomendo a todos, para refletirmos várias ideias citadas no poema. Nem sempre temos que achar uma razão para tudo que fazemos, ou que vemos outras pessoas fazerem. Assim é simplesmente a vida. Não conseguimos achar uma razão para tudo, mas também, não devemos tentar achar uma razão para os atos de outras pessoas, pois, às vezes, não conseguiremos uma resposta. Este não é um poema de amor, como geralmente analiso neste blog, é um poema de reflexão, por isso, devemos tirar um curto período de nossas vidas para refletirmos sobre todas as ideias do poema, brilhantemente desenvolvido, por Paulo Leminski.

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